O motivo pelo qual todo idoso deve se exercitar
O processo de envelhecimento é acompanhado por diversas alterações orgânicas, hormonais e estruturais. Portanto, com os músculos não é diferente, pois o declínio da massa e da força muscular é um processo natural com o passar dos anos. Normalmente, esse acometimento é lento, gradual e apresenta variações individuais, sofrendo influências genéticas e ambientais.
É válido, portanto, explicitar que a força e a massa muscular seguem um trajeto linear e apresentam um pico por volta dos 30 anos e, a partir dos 50, um declínio anual progressivo. De acordo com o European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) de 2018, essa perda de massa, força e função muscular recebe o nome de sarcopenia.
E por que é tão prejudicial?
Porque a massa muscular é fundamental para movimentação, postura, metabolismo energético, regulação térmica, sensibilidade insulínica, metabolismo de aminoácidos, influências nas liberações hormonais, entre outros.
Nesse sentido, o músculo esquelético é o maior determinante da taxa metabólica de repouso e é considerado o maior captador de glicose e ácido graxo do organismo.
A redução do metabolismo basal favorece o acúmulo de gordura. Essa mudança da composição corporal (diminuição de massa muscular e aumento de gordura), que ocorre no processo de envelhecimento, somada a uma ingesta alimentar inadequada e sedentarismo, contribui para o desenvolvimento de doenças crônicas e incapacidades funcionais. E como a obesidade é inflamatória, o tecido gorduroso libera hormônios chamados adipocinas, que possuem atividade pró- inflamatória, aumentando o risco de infarto, AVC, entre outras doenças.
Além disso, o declínio da massa muscular impacta, diretamente, na qualidade de vida e no grau de dependência. Sua disfunção gera maior risco de desfechos indesejados, como quedas e fraturas, aumentando, assim, a mortalidade no perfil supracitado. Então, a Obesidade Sarcopenica reúne dois graves problemas de saúde no mesmo paciente.
Idosos que não se exercitam vão perdendo massa e tônus muscular e, portanto, acabam “enfraquecendo” e se autolimitando. Com o tempo, ganham peso e, quanto mais obesos, mais descondicionados se tornam. Assim, passam a ter dificuldade de se levantarem sozinhos, de realizarem higiene íntima adequadamente, a necessitar de bengalas, andadores e, até mesmo, cadeira-de-rodas para sair de casa. Quanto mais se limitam, mais os músculos deixam de trabalhar e perdem a força. A obesidade, portanto, acarreta maior inflamação, e o paciente, além de mais pesado, também está mais fraco. Percebeu o ciclo vicioso?
Por isso, é fundamental intercalar a prática de exercícios de força com atividades aeróbicas, associadas a uma dieta rica em proteínas, minerais e nutrientes, e fazer acompanhamento médico regular. Além disso, é de suma importância estar perto de quem ama e buscar a espiritualidade. Sabe-se, contudo, que o envelhecimento é inevitável, mas chegar a essa fase é um grande presente de Deus na vida de qualquer pessoa!
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